Final do Princípio

Bom, posso até parecer meio piegas, mas a sensação que dá é de que está terminando minhas férias... Assim vejo a reta final da oficina de fotojornalismo nesse terceiro semestre. Nossa! Como essa disciplina foi prazerosa, mesmo sendo, por vezes, difícil por suas teorias! Dá um aperto no coração só de pensar que está acabando...
 
A fotografia é algo fascinante, mágico, fabuloso... E, confesso, não mais olharei uma fotografia (como spectator) ou o visor de uma câmera (como operator) com os mesmos olhos. É incrível como os princípios fotográficos estão em tudo: na publicidade, no cinema, até na tv (imaginem, que até ao ver cenas de novelas fico analisando e procurando perceber esses princípios no trabalho do câmera man, e vejo também ali a reprodução das aulas práticas e teóricas que tivemos). O curso foi muito envolvente e ficou fixado em minha mente nas coisas mais simples do dia a dia, e se eu já era apaixonada por comunicação e fotografia, agora muito mais.
 
A professora Alene foi, sem dúvida, a escolha acertada da instituição para esta disciplina, sem demagogia. Nós, seus alunos, pudemos desfrutar não somente de seu olhar fascinante ao mundo fotográfico, mas também de sua sapiência que causa admiração. Como é bom aprender com essa “doutora” em fotografia! Parece que o tempo é muito curto para o muito que ela tem a nos ensinar. E como é fácil entender muitas coisas com suas explicações que não haviamos conseguido antes com os conceitos filosóficos de Flusser, históricos de Kossoy ou semióticos de Barthes, entre outros. Creio que essa mestra vai além, pois traz isso tudo para o nosso cotidiano, a nossa vida.

O fotojornalismo é algo que antes eu não havia pensado, não antes havia mensurado a importância que tem para a comunicação. Se aprendêssemos fotografia antes da oficina de texto II talvez fosse mais fácil aprender a escrever matérias, pois o fotojornalismo inspira a isso.
 
Mas, enfim, conhecer não só os gêneros fotográficos como desporto, features, spot news, retrato, picture stories, entre outros, é algo que sugere novas perspectivas ao jornalista. E por falar em perspectiva... Como é fascinante essa nova leitura do mundo, os novos enquadramentos, a luz, a simetria, a hierarquia dos elementos, o ponto de fuga, movimento, o tempo e a velocidade, os planos, as regras... (Vocês não imaginam quantas paisagens maravilhosas eu escondi em fotografias, tiradas antes do curso, por não conhecer a regra dos terços!... Rsrs)

Mas fotografar é muito mais que isso, é fundir, é eliminar, é enquadrar, reenquadrar, é emoldurar, é focar, desfocar, é denotar ou dar uma nova conotação.
Fotografar é, antes de tudo, captar o que se não vê a olho nu, não se perceberia, pois a fotografia “congela” com riqueza de detalhes, para sempre, um momento de algo ou alguém que jamais seria resgatado se não fosse por esse “retrato da vida”.

Estudar fotojornalismo, para mim, representou descobrir novos horizontes e novas perspectivas.  
Obrigada Alene, obrigada também a todos os colegas que me ajudaram nessa tão importante agregação de conhecimento.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO:

Nesse dia, a professora nos explicou sobre a denotação e a conotação na imagem:

A DENOTAÇÃO, na fotografia, seria o resultado que existe da união entre o significante (o plano da expressão) e o significado (o plano do conteúdo), ou seja,  é uma leitura  referencial,  é a realidade palpável, estrutural, algo entre o que vemos: um conjunto de formas, e o que isso nos faz lembrar, o conceito.  Ex: Imagem de uma casa, vemos a construção e lembramos que serve de 'moradia'. A legenda ilustrativa retrata melhor o campo da denotação.

Já a CONOTAÇÃO  resulta do acréscimo de outros significados, os significados subjetivos da cena : de impressões, de valores afetivos e sociais positivos ou negativos, da emoção, reações psíquicas expressas, completada com a legenda informativa, que situa o espectator  ao que se observa, dando base à leitura. Ex: Imagem de uma casa, imaginamos um 'lar'.  Seria um outro plano de conteúdo que foi combinado ao plano da expressão.

Alunas da UFRB se indignam com o tabagismo no CAHL 

Com a teoria em mente, a turma saiu para realizar a atividade solicitada pela professora: Alene: Compor um quadro fotográfico que expressasse alguma emoção; anotar o sentido conotativo da imagem; fazer um memorial da foto com todos os elementos de composição que conseguissemos observar, e por fim, fazer uma legenda informativa, porém conotativa.

  Então, usei como modelos duas colegas da faculdade. Elas observam uma jovem que está fumando. Nota-se nas expressões de ambas um ar de leve espanto, quase como uma reprovação ou surpresa ao que se observa.

A foto está em plano médio, centralizado e a regulagem da câmera (portátil) em zoom ampliado.

Estamos na reta final dos exercícios no blog e confesso que realmente estes últimos estão sendo os mais difíceis, pois algumas fotos dependeram de câmera profissional e outras de muiiiita imaginação para criar... Mas, vamos lá!

 Movimento = Essa foto só foi possível com câmera profissional, foi preciso uma postura firme para não balançar a câmera,então, num ambiente um pouco escuro, fizemos tres poses, sem flash, com Iso 200,e fomos mudando a regulagem  a cada  foto.

Abertura 1/8 - F=29 Iso 200

Nesta foto, Michele estava com duas garrafas pets nas mãos,fazendo um movimento para cima e para baixo.

Abertura 1/4 - F=29 Iso 200

Aqui um tecido vermelho fez o ar da graça no movimento aleatório que Michele fez com as mãos.

Abertura 1/2 - F=29 Iso 200

Agora é hora de brincar (será????...rsrsrs)

Eu e Michele batendo palmas,como na velha brincadeira de 'escravos de jó'.

Textura : É a fotografia de algo que transcende a bidimencionalidade com a ajuda da luz, ressaltando as reentrâncias, saliências, rugosidades, volume do objeto, etc.

 Para esta primeira foto utilizei a minha câmera portátil, regulei para macro e fotografei estes cachos de cabelo, sem flash, num ambiente claro,com ISO automático. A outra é casca de uma árvore.

 

 

 

 

 

 

 

Padrão:  Refere-se a algo que se repete pelo formato, pelas cores, pela forma, pela estrutura, etc.

Aqui está uma foto bem de perto de uma pintura na parede. A outra são adesivos de borboletas.

 

 

 

Fusão intencional: São duas imagens que se sobrepõem, um artifício que pode causar confusão para o espectator.  Nessa foto, coloquei um coelhinho de pelúcia atrás da bonequinha, dando a impressão que ela tem as orelhas pontudas do coelho.

Bom, no dia 18 de maio, só consegui chegar à Cachoeira depois da aula e após as colegas terem saído para este exercício, e como eu não estava com câmera fotográfica não pude fazer no dia. Estou, portanto, postando hoje fotos que retratem o que a professora havia pedido:
- Saídas em trios. Cada um deve fazer oito fotos em um mesmo local, com os dois colegas como figurantes, utilizando os diversos enquadramentos.
Abertos: GPG, PG
Médios: PC, PM, PA
Fechados: PP, Close-up e Detalhe.
Vou postar aqui fotos feitas por mim, que retratam o que entendi sobre:

ENQUADRAMENTO E SEUS PLANOS

(Obs: As frases em cinsa são só para situar as fotos, não são legendas)
PLANOS ABERTOS======================

GPG = GRANDE PLANO GERAL - Enquadramento para grandes cenários, como paisagens, onde não (ou quase não) aparece figura humana devido à amplidão da paisagem.

 (Paisagem do rio Paraguaçu, vista de Cachoeira)

PG= Plano geral - Enquadramento que descreve o ambiente, com ou não a presença de figura humana,caso haja, apenas localiza a pessoa frente à paisagem:

 (Olivaldo, my love, na escola de agronomia)

PLANOS MÉDIOS=======================

PC = Plano conjunto - Enquadramento que situa uma pessoa num ambiente, por inteiro, numa área em que se possa colocar até quatro pessoas:

 (Álef, no clube recreativo) 

 PM = Plano médio - Enquadramento onde cabe até duas pessoas, da cintura para cima,como enquadramento de telejornais.
 (Marizângela e Fabiana, no CAHL)

PA =Plano americano - Foto com uma pessoa em destaque, até a altura dos joelhos.
 (Débora, nora)

PLANOS FECHADOS=====================

PP = Primeiro plano- Enquadramento na altura do peito, dando destaque ao rosto.
 (Débora)

CLOSE-UP = Primeiríssimo plano - Enquadramento muito próximo que destaca expressões, emoções. (Álef, meu bambino)

 






DETALHE = Dá destaque a algo pequeno como partes do corpo ou pequenos objetos.
(um olho meu)

Para este exercício, estudamos a HIERARQUIA DOS ELEMENTOS e legenda. 
Os elementos vivos são especificamente os seres humanos, animais, plantas (vivos ou mortos) sempre em destaque numa fotografia, os elementos móveis pode ser veículos ou qualquer coisa que sugira mobilidade, vida própria (como fenômenos da natureza: vento, ráios, ciclones, ondas, etc) e os elementos fixos ou mortos são os objetos sem mobilidade.
Para este exercício utilizamos em todas as fotografias a REGRA DOS TERÇOS com intuito de valorizar o objeto principal sem tirar a visão dos demais elementos que também são importantes.



Nesta fotografia temos um elemento vivo na composição:




Equinos desfrutam das sombras das mangueiras no pasto da Escola de Agronomia, em Cruz das Almas.

Aqui podemos observar uma composição de elemento móvel na fotografia:

Um mini-trio foi suficiente para sonorizar o estádio Barbosão, no festival de prêmios em benefício à
Santa Casa de Misericórdiade Cruz das Almas, que atraiu milhares de pessoas, neste domingo.

 

Este é um exemplo de fotografia composta por elemento fixo:



Postes antigos de iluminação da orla de Cachoeira fazem parte do patrimônio histórico da cidade.

 

LEGENDAR as fotografias foi o exercício desta semana.

Na primeira foto foi utilizada a REGRA DOS TERÇOS, dando destaque para o elemento principal sem excluir os demais elementos, também considerados importantes na composição. O enquadramento foi em PLANO CONJUNTO, que situa a pessoa ou objeto em um ambiente (neste enquadramento pode-se colocar, ou imaginar, até quatro pessoas no ambiente).

A legenda pode ser com texto ou frase  ao lado ou abaixo de uma fotografia com o objetivo de dar informações complementares a respeito da mesma.

Caixas eletrônicos nos supermercados facilitam a vida de clientes de bancos.

Esta segunda foto está em PRIMEIRO PLANO, enquadramento centralizado que dá ênfase ao objeto principal ou pessoa:

Caixa eletrônico do Bradesco, banco privado, no supermercado.

Neste exercício aprendemos um pouco sobre REGRA DOS TERÇOS (quando o elmento principal da foto fica em destaque, mas sem estar na frente da paisagem, e mesmo ao lado será sempre o destaque).

Nesta primeira foto o destaque foi para meu filho especial (William Diones: o segundo dos quatro...rss... Bonitão, não é?!), que fotografei em PLANO MEDIO (da cintura para cima) a faixa na pintura da parede serviu como MOLDURA e a PERSPECTIVA Contra pongé (de baixo pra cima). 

Nesta segunda fotografia utilizei a REGRA DOS TERÇOS, A ILUMINAÇÃO contra-luz e PLANO DETALHE.


(Modelo: Débora, noiva do meu filho mais velho, Iury)